29 de janeiro de 2009

Escravos do IKEA

De vez em quando atrevo-me a escrever coisas um pouco mais pensadas. Desta feita gostava de partilhar a história de um amigo que fizémos nas nossas manhãs de Sábado no mercado de Olhão.

Próximos dos seus 40 anos, de nacionalidade Suiça, o Olivier aproximou-se de nós numa solarenga manhã de sábado. Era alto, longilíneo, de tez branca e olhos azuis. A sua aproximação foi suave e discreta.

Ao longo de três sábados consecutivos fez-nos visitas e connosco partilhou a sua história e modo de vida. Falou-nos bastante da sua opção em viver de forma livre, em função dos elementos da natureza e completamente desprendido das regras tradicionais da sociedade ocidental. Na verdade só nos contou tudo isso porque nós fomos curiosos. Ele até estava interessado em falar das coisas simples da vida e conhecer um pouco da nossa cultura .

A sua aparência com vestes exóticas e normalmente descalço, levava a que muitos o interpretassem como um marginal ou sem-abrigo... A dada altura um vizinho, na melhor das intenções, chegou-me discretamente a perguntar porque falávamos tanto com aquele "vadio". Lá tentei explicar educadamente que o Olivier vivia daquela forma humilde e desprendida, por opção consciente e inteligente... mas não sei se me consegui explicar. São coisas que fogem da bitola habitual de avaliação dos padrões de vida pela nossa "sociedadezinha".

A voz do Olivier era melodiosa, como a fazer lembrar criaturas mágicas do imaginário do Senhor dos Anéis e sua presença tinha um efeito tranquilizador nas nossas cabeçinhas... Levava-nos a sentir que tudo ia correr bem.

O contacto com o Olivier foi marcante, porque chegou num momento de encruzilhada das nossas vidas. Não pretendíamos sair por esse mundo como nómadas, mas sentiamo-nos escravos e dependentes de várias coisas... Sentíamos necessidade de mudar algo.

Entre várias decisões que tomámos, uma foi vender a casa que comprámos (na verdade a casa pertencia ao Banco, a quem pagávamos juros chorudos)... Precisamente nesta semana mudámo-nos para uma casa alugada e vendemos a casa que estávamos a pagar ao banco.

Na nossa antiga casa, tinhamos a cozinha perfeita, totalmente equipada com máquinas state-of-the-art mais inteligentes que o Einstein, a sala perfeita, com móveis da moda IKEA, todos a combinar e os quartos perfeitos, todos com ar condicionado.

De alguma forma tinhamos pensado que precisávamos de toda essa perfeição para sermos felizes.

BURROS...



Existem muitas coisas que nos conferem falsa sensação de segurança. Coisas que fazemos porque sempre nos disseram que era o mais correcto ou porque nos ajuda a integrar na sociedade em que vivemos... O problema é que a sociedade em que vivemos é fortemente condicionada por valores consumistas. Tudo isto levou-nos a reconsiderar muitos aspectos da nossa vida.

Claro que sentimos a falta do ar condicionado nos quartos, mas acreditem que estamos mais felizes.

10 de janeiro de 2009

Rabanetes (2)



Mesmo com temperaturas perto de 0º C , os rabanetes não desistem e continuam a crescer. Também os rábanos, cenoura, salsa e coentros estão a vingar.


3 de janeiro de 2009

Prendinha de Natal



A Ti Venturinha tem os melhores clientes do mundo. A Heidi e o Reiner, tiveram a gentileza de nos oferecer um Pai Natal para decorar a banca.